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segunda-feira, 30 de março de 2009

Boneca inflável


Não sou uma pedra de gesso
Mas me sinto sua boneca
Servindo apenas para acalentar seus desejos
Tenho sentimentos, sinto falta de beijos.
Quero carinho, e noites de amor, desse jeito.

Não sou uma estátua viva de beleza
Sou uma mulher bela e amiga
Que prescisa de carinho e realeza
Com todo esplendor de uma princesa

Não sou uma escrava sexual
Que serve por alguns segundos,
Pra satisfazer seu instinto animal

Sou uma dama, uma humana
Não penso em ganância, não quero sua grana
Só busco em você um homem
Cavalheiro, gentil, meu amigo
Que possa me dar uma noite de ternura
Sem pensar em me levar pra cama

Ficando deitadinho no escurinho
Aproveitando os segundos, sentindo a respiração ofegante
Sem pensar em coisas fúteis, ou inúteis
Mas deixando o momento passar bem devagar
Sem se apressar ou inventar desculpas
Sentir a respiração mútua
E acariciar suavemente a pele desnuda
Sem pensar em transas absurdas

Ficar acordado até o amanhecer chegar
Sem se mexer ou levantar
Dando beijos gostosos
Me fitando com esse brilho no olhar
Sendo carinhoso
Sem nada me cobrar
E fazendo tudo aquilo
Que eu sempre te dei
E rezei, para que você pudesse me dar.

Nara Ferreira
30 de Março de 2009

Namoro ou Amizade?


Tão bela e pura como água
Tão frágil e gentil quanto à pena
Assim é nossa amizade
Que permanece unificada com o tempo

È simplesmente confortante e promissor
O futuro que esse elo nos enleva
Nos torna unidos em amor
Uma amizade que no fundo me revela
Sentimentos contidos, sorrisos escondidos
Palavras guardadas, segredos de amigos

Me refugio pra manter segura
O sentimento jamais revelado
E assim permaneço muda
Enquanto um desejo cresce
E me faz um ser apaixonado

Me condeno por sentir o proibido
Me nego a demonstrar um afago
Pois meu peito treme e remexe
E meu olhar me entrega tão fácil

E nesta folha tão branca e vazia
Neste poema sem rimas e métricas
Tento mostrar o que meu coração dizia
Enquanto você demonstrava sentimentos incertos

Nara Ferreira
25 de Março de 2009

Negações


Não quero receber flores.
Não presciso de injúrias e amores.
Não posso mais viver dessa amizade.
Não agüento mais essa saudade.

Não digo que já não posso andar para trás.
Não perturbo seu sono nunca mais.
Não engulo as palavras de repugnância.
Não pertenço à classe alguma, não sou criança.

Não mando minhas pernas falharem no caminho.
Não sinto meu corpo como antes sentia.
Não busco o silêncio em noites perturbadoras e frias.
Não vejo o sentimento de amargura e ironia.

Não esqueço que minha vida continua mesmo contra meu desejo.
Não paro de querer nem mesmo um dia, seu beijo.
Não olho pra trás e me arrependo dos erros.
Não permito mais continuar com esse medo.
Não quero mais escrever anseios e versos negros.

Nara Ferreira
29 de Março de 2009

Meu Lar


Não sinto mais faltar o ar
Pois finalmente cheguei ao meu lar
Meu coração não para, continua a pulsar.
Pois minha alegria me envolve aqui nesse lugar

Vejo árvores
Tenho companhias.
Vejo rostos
Sorrindo com alegria.
Não me sinto presa
Nem em agonia,
Pois aqui me sinto livre,
Em extrema nostalgia

Não choro lágrimas de tristeza,
Mas sinto cair sobre a face uma lágrima de alivio
Por finalmente estar livre, contemplar essa beleza,
Sem ouvir promessas de pessoas frias.

Lavo meu rosto com as águas
De um lago transparente e cristalino
E me limpo dessa sujeira imunda
Que é o fardo da minha cidade escura,
Em ventania.

Me sinto em liberdade
Encontro o meu eu,
A minha paz,
Nesse lugar longe de brigas,
E de pessoa fulgaz.

Quando me lembro de tudo
Meu coração fervendo em dor não para de chorar
E minha respiração começa a falhar.
Porém aqui é meu lar
E não há ferida em mim que ele não possa curar.

Nara Ferreira
29 de Março de 2009

sábado, 28 de março de 2009

Para UM só amigo entrego meu coração


Meu coração chora sem parar
Devido a essa chuva de humilhações
Que não passa, me faz chorar.
Torno-me mais calada e vazia
A cada hora do dia
Que passo nessa agonia

E você no seu orgulho infinito
Com seu conselho de amigo
Me diz que isso me fará bem
E não deixara marcas
Muito menos coisa além.

O que você quer assim?
Apunhalando meu corpo, e rindo de mim.
Esperando que tudo dê certo no fim
Engana-se, pois sou um elo fraco.
E há muito deixei de existir
Nesse mundo coberto de hipocrisia e gente ruim

Meu coração não mora mais aqui
Cansado de minhas lágrimas
E dessa solidão sem fim
Parou, deixou de acreditar em mim.

Nara Ferreira
28 de Março de 2009

“Espera sem fim”


Te espero sentada
Olhando pela janela da sala
O portão da minha casa
O momento em que você volte de sua jornada

Espero que você venha me ver
De manhã ao anoitecer
Que você se lembre de mim
Nesse lugar, no meu pequeno jardim

Te espero constantemente
Espero que você goste de mim
Que me aceite em sua mente
E não fuja mais da minha vida, assim.

Te espero, como quem espera pela alma,já cansada.
Pela busca infinita e sem fim
De uma pessoa desconhecida e já enterrada
Que jaz embaixo das flores do meu jardim.

Nara Ferreira
28 de Março de 2009

No escuro do meu quarto


Sentada perto da minha cama
No meu quarto, de cabeça baixa.
Choro aquilo que não devia
Que escondia, pois me envergonhava.

E começo a sentir meu ar a faltar
E a minha agonia que insiste em me acompanhar
Começa a surgir, a me fazer piorar.
O que sinto e não agüento mais guardar

As vozes começam a me falar
Aquilo que não queria pensar
No melhor caminho a seguir
Sem pestanejar ou discutir

E sinto encher meu coração de coragem
Buscando nas gavetas um remédio ou uma faca
Tremendo, cansada, já desesperada.
Escrevo um bilhete a minha família prezada e amada

No fim me causando a dor que não desejava
E me tornando vitima do meu próprio erro
Me jogo no chão, me sinto desesperada
Enquanto o sangue jorra, e alaga toda a sala.

Já não agüentando mais essa cena
E buscando não pensar em coisas horrendas
Fito o escuro do quarto
E deixo a vida esvair como o vento.

Nara Ferreira
28 de Março de 2009

Reflexo de uma nova beleza


Olho-me no espelho
E me pergunto se aquilo que vejo
É o que sou de verdade
Ou é minha alma que no vidro reflete

Não reconheço a pessoa ali parada
Me procuro
Não acho
Não vejo nada
Daquela que outrora se chamava Nara

E sigo essa busca infinita
Até me desfazer desse insucesso
Pois a pessoa que se posta ali nua
É na verdade a nova mulher que me resta
Tão bonita, diferente e segura.
Tão meiga, séria, indiferente.

E a minha ausência de vida
Me fez não enxergar essa nova mudança
Pois o meu insussego, minha alegria.
Me deixaram cega pra coisas efémeras

E me ver tão bela e tão linda
Me fez sentir tão carente
Por mais que eu tenha a beleza
O que eu mais queria não tenho

Nara Ferreira
28 de Março de 2009

Cheiro de Lírio


Hoje ao amanhecer
Senti cheiros de lírios
Na calçada perto da minha casa
E por breves segundos desejei estar com você

E esse cheiro doce e gostoso
Me lembrou da nossa despedida
Tão rápida e sem alegria
Sem beijos e abraços
Sem palavras na saída

E uma lágrima desce por minha face
Pois esse cheiro gostoso inebriou o meu quarto
Fazendo sentir saudades de tudo
Principalmente da nossa amizade

Nara Ferreira
28 de Março de 2009

Sinto...


Sinto falta do seu sorriso
Aquele meio tímido
Saudoso e amoroso
Gentil e querido

Sinto falta do leve toque de sua mão
Do seu abraço apertado de paixão
Do seu suave afago, perto do meu coração.
De suas conversas frias, mas recheadas de animação.

Sinto falta do seu olhar
Meigo e charmoso, que me deixava sem ar.
Do seu gênio forte e meio revoltado
Da sua amizade, do seu cuidado.

Sinto falta das coisas que não tive
Do nosso amor maculado
Das poucas horas que me contive
Dos nossos sonhos já acabados

Sinto falta do que sinto
Sinto falta do que penso
Sinto falta de você meu amigo
Sinto falta de um momento

Não me nego a sentir
Essa vontade de querer-te sempre perto
Não nego, gosto de ti.
E sem você, meu coração fica incompleto.



Nara Ferreira
28 de Março de 2009

sexta-feira, 27 de março de 2009

Resposta para o poema ..."segurarem minha mão"


Não peça de mim
Algo que não posso lhe entregar
Pois sou como o vento
E a ninguém posso me apegar
Não perturbes teu coração
Porém não posso segurar tua mão


Estarei sempre ao teu lado
E se caires serei eu a te levantar
Todavia nada mais que isso terá
Nos momentos de aflição
Mas não me peça pra segurar tua mão


Pois quando você fraquejar
Não irei de ti zombar
Tão pouco sentirei tuas lágrimas me queimar
Não me peça pra segurar tua mão
Quanto teu fôlego faltar
Pois estarei ocupado tentando fazer você respirar


Não me peça para segurar tua mão
Quando teu corpo tombar no chão
Pois é com elas que irei lhe levantar

Mas se tua respiração não voltar
E se teu corpo eu não conseguir levantar
Eu não segurarei tua mão
Pois é com elas que irei ter eternizar

Todavia enquanto em ti fôlego há
Eu lhe digo que aprenda
Com suas próprias pernas a se sustentar
Pois eu sou e sempre serei uma sombra
Que só está a observar.

Por> Plácido
Para> Nara



Ps. Meu amigo escreveu esta resposta após ter lido minha poesia "para meus amigos"
eu achei tão linda que decidi compartilhar com vocês
*.*

Me desculpe



Me desculpe por não ajudar,
Me desculpe por não te acalentar,
Me desculpe por não te amar,
Me desculpe por te bater,
Me desculpe por não ser bom,
Me desculpe por não te beijar,
Me desculpe por não comprar,
Me desculpe por não te consolar,
Me desculpe por não me consertar,
Me desculpe por te deixar,
Me desculpe por discutir,
Me desculpe por te deprimir,
Me desculpe por te encantar,
Me desculpe por te encontra,
Me desculpe por me esconder,
Me desculpe ... para que me desculpar?
Se não vai adiantar.
Já que vc num vai voltar!
Me desculpe por me desculpar!!

By André Luiz

Ps. Não me pertence esse poema mas deixo aqui pois é de uma pessoa muito especial pra mim

"Para meus amigos... Segurarem minha mão"


Segure minha mão
Faça-me segura
Dessa imensa solidão

Segure minha mão
Tire-me desse chão
Onde cai, me machuquei, sangrei

Segure minha mão
Pra acalentar meu coração
Que hoje chora de paixão

Segure minha mão
Para que eu continue fazendo verso e cantando canção
E eu não abaixe a cabeça nas horas de grande prescisão

Segure minha mão
Abrace-me forte
E não me abandone
Por uma outra amizade

Segure minha mão
Deixe-me ir com você
Para esse novo futuro
Até a eternidade
Segure minha mão
Enquanto minha respiração
Para, começa a falhar, com extrema tensão.

Segure minha mão
Deixe-me segurar sua mão
E me devolva o brilho
Da minha antiga canção

Segure minha mão
Pra eu me sentir segura
Nessa noite triste e escura


Segure minha mão
Quando o momento chegar
E eu não mais agüentar

Segure minha mão
Quando a hora chegar
E eu não mais respirar
E meu corpo já morto
For posto no buraco escuro e cheio de mofo

Segure minha mão
Para que eu possa entrar no céu e rezar
E para sempre eu poder lembrar
De você meu amigo
Que sempre esteve comigo
Em qualquer caminho
Escuro ou sofrido
Que me ajudou a chegar
No paraíso

Segure minha mão eternamente
E eu guardarei você em minha mente
Onde estará sempre presente


Nara Ferreira
27 de Março de 2009

"Canção que manda o coração"


Escrevo essa canção
Pra você meu amado
Já enterrado no coração

Para que você lembre da nossa paixão
Dos nossos momentos de excitação
Pra que você me guarde na sua lembrança
E que esse elo continue presente,
Essa aliança.

Escrevo essa canção
Para mostrar as cartas
Que guardei embaixo do colchão
E que já envelheceram,
Fizeram coleção.

Escrevo essa canção
Para que em meio a essa confusão
Você me conceda o seu perdão
E que eu possa mostrar minha gratidão
De uma forma carinhosa e harmoniosa
Através da melodia, sem mais intenção.

Escrevo essa canção
Com os dizeres do coração
Mas não existem ritmos que possam tocar
Aquilo que meu peito insiste em te dizer
Te amo e só quero estar com você

Escrevo essa canção
Para que você possa entender a tradução
Dessa língua, desse estranho modo de comunicação.
Que na verdade são sentimentos que não acabam não.

Escrevo essa canção
Para dizer adeus a essa paixão
Que um dia encheu meu peito de satisfação
E hoje só enche meu quarto de profunda solidão


Nara Ferreira
27 de Março de 2009

"Somente injúrias de amor"


Não escrevo poesias, versos e rimas.
Não escrevo poeticamente, nem sou artista
Só escrevo o que meu coração machucado
Canta em madrugas frias
Só cito o que minha alma cansada e poeta
Se dispõe em noites de alegria

Não escrevo meus versos certos
Não conheço rimas e métricas
Não vejo meus erros geométricos
Não diferencio poemas e poesias

Não sou uma profissional
Não vendo minhas palavras como animal
Só busco por meio de tal
Desabafar meus casos de vida
Minhas injúrias, meus amores.
Minha alegria, meus tesouros.

Ser reconhecida como escritora
Poetisa, porém amadora.
Alguém que aprendeu a beleza da vida
E por meio deste blog escrever para meus leitores


Nara Ferreira
27 de Março de 2009

quinta-feira, 26 de março de 2009

Tudo no passado...


As lágrimas que ontem derramei
Foram enxutas por um amor do passado
O amor que eu tanto desejei
Acabou-se, me abandonou por uma mulher desejável.

Os poemas que ontem apaguei
Fazem parte de uma época triste e esquecida
As canções que hoje cantei
São feitas de um ritmo livre e cheias de vida

O barco que ontem zarpei
Me levou a lugares lindos e desconhecidos
O jardim que hoje enterrei
Meus segredos, meus sonhos perdidos,
Amanheceu com um ar límpido
Com novas flores, de cores vivas.
Que me acalmam a alma e me dão novo motivo de vida.

Nara Ferreira
26 de Março de 2009

Criança Lembrada


Essa criança que carrego
È aquela que sempre desejara
Tão frágil, tão pequena.
Que parece ser feita de pedra rara

Esse pequeno ser que agora está em minhas mãos
È o filho que sonhei em vidas passadas
Tão belo, tão novo, tão apegado.
Que enche de lágrimas os meus olhos.
Já emocionada!

Esse belo bebê que habita meu coração
È a memória de um filho a muito apagada
Aquele que eu sempre amarei com extrema paixão
E que verei no rosto das pessoas que mais sou apegada.

Nara Ferreira
26 de Março de 2009

Falar de amor


Hoje venho falar de amor
Não amor sofrido
Mas sim aquele amor que encontramos
Em filmes e livros
Aquele amor sagrado,
Puro e abençoado

Um amor que mexe com os sentidos
Apaga as marcas, os resquícios.
De uma vida amarga e sem sentido
Um amor feliz e unido
Um amor impossível, porém divertido.

Hoje venho falar desse amor
Que sinto por você quando te vejo
Arrebata meu coração de desejo
Me enche de ternura e calor
Me inspira a fazer esses versos
Com carinho, felicidade, e um novo sabor.

Nara Ferreira
26 de Março de 2009

Não mais vir


Não vim aqui falar de dor
Mas sim de flores, de perfumes, de sabor.
Não vim aqui desabafar injúrias em versos
Mas sim de amor sincero e honesto.

Não vim aqui encher meu canto de solidão
Mas buscar demonstrar a paz, a intensa paixão.
Não vim aqui para derramar lágrimas
E sim distribuir sorrisos, voltar a acreditar em sonhos de fadas.

Não vim aqui buscar um motivo de existir
Mas declamar para o mundo a felicidade que se faz surgir
Não vim esta noite escrever acusações desonestas
Mas apenas agradecer por me fazer achar uma nova inspiração poética.

Nara Ferreira
25 de Março de 2009

terça-feira, 24 de março de 2009

Ausente Amado



Espero despida na janela do quarto
Por aquele que outrora me fez sentir amada
E essa demora me aflige e me deixa cansada
Descanso sentada, enquanto a hora corre apressada.

Uma leve brisa invade o cômodo
E dela emana um ar gélido
Busco uma roupa ou um pedaço de pano
Cubro-me
Me esquento
Sossego

Começo a pensar em um sonho
Sonho recente que me perturbou a alma
Que me despertou ao raiar do dia
Sufocou-me e me fez desesperada

E agora aguardando esse ilustre senhor
Busco entender a razão deste devaneio
E percebo que assim como em sonho
O amor esperado não veio


Nara Ferreira
23 de Março de 2009

Poetisa de Espírito


Nessa folha vazia em que escrevo
Reflito minha alma, meus devaneios.
Que em meio a versos e trechos
Faz de uma poesia um mar de desespero

Não relato o que realmente quero
Relato aquilo que minha alma pede
Bela e graciosa com o seu manto
Me cobre de inspiro com seu encanto

Minha criação é o que nela passa
Meu soar de dor é o que ela sente
Minha angústia escrita é o que ela ouve
Meu coração partido é o que me faz poeta

Alguns chamam espírito de luz
Outros de luz da escuridão
Sou apenas uma poetisa que produz
Aquilo que manda o coração

Nara Ferreira
23 de Março de 2009

segunda-feira, 23 de março de 2009

Luto por uma vida vazia


Hoje através desta
Venho contar minha estória:
Vivendo uma vida solitária
Tomada pelas dores de águas passadas
Sempre me senti rejeitada
Devido aos erros e discriminações da sociedade

Cometi erros, alguns muito graves
Quebrei promessas e vasos
Machuquei quem não queria
E amei assassinos e falsos

Tornei-me uma mulher fraca
Submissa, inocente e marcada.
Desentendida da vida
E daquilo que não interessava
Amante dos poemas e das palavras
Sempre se automultilando
Com frases e versos
Que refletiam a alma
Já atormentada e fraca

Busquei em certos alguém
Uma esperança
Uma luz
Uma rosa branca
E como tudo que toquei
A morte chegou nessa esperança
E meu tumulo estava pronto
Pra essa vida morta e sem vingança

Hoje escrevendo aqui
Sinto ainda que resta um futuro
Uma luz que me possa viver enfim
E espero que todos possam
Entender
Amar
Ler
E saber
Que minha vida cruel e frágil
Está em mãos alentas
Esperando que com esse pequeno raio de sol
Possa se tornar uma nuvem branca
Após uma imensa tempestade negra

Nara Ferreira
22 de Março de 2009

Tempo


O tempo passa
Dilacerando meu corpo
Tornando velhas e amargas as palavras

Tento voltar o relógio da vida
Recuperar algumas horas e momentos perdidos
Corrigir erros, evitar algumas brigas.

Minha tentativa se torna falha
Quando me olho no espelho da vida
E vejo nele as marcas sobre a face
Que envelhecida e fraca
Mostram-se já perdidas
A beleza que antes continha

Meu desalento se torna amargo
Minha decepção contínua
Enquanto aquele espelho já empoeirado
Rasga as veias dessa velha e maldita vida

Nara Ferreira
22 de Março de 2009

Solidão das àguas


Enquanto olho esse precipício
Sinto tremer meu corpo de pavor
Enquanto esse lugar tão bonito
Torna-se uma vale de perigo e horror.

Ouço vozes distorcidas e desconexas
Vejo rostos dilacerados e sofridos
E por sobre meu ombro uma mão toca
Fazendo-me fragilizar e cair sobre a relva

E eis que sinto perder os sentidos
E estou a sentir, ouvir e ver coisas.
Impossíveis, porém confortadoras.
E essa solidão em que me vejo
Começa a tornar lunática a minha ida
E não conseguindo mais controlar esse insussego
Me jogo com tudo
Nessas águas claras
De agonia

Nara Ferreira
22 de Março de 2009

Mar


Nessa imensidão azul
Repleta de paz e calmaria
Me afogo nesse silêncio de cores
Nessa pequena ventania

Bela e serena alegria
E que me toca uma linda canção
Me nina nessa noite de agonia
E me faz lembrar de uma antiga paixão

Me purifico de sua realeza
Me torno uma parte desse mar
Que me atrai com sua beleza
E me assoma com essa vontade de amar


Nara Ferreira
22 de Março de 2009

domingo, 22 de março de 2009

O Monte da Morte


Desci o Monte da Morte
Queria encontrar um nome
Procurei em diversas listas de telefones
Não consegui encontrar
Desisti e voltei ao meu lar

Desci o Monte da Morte
Procurando um rosto
Vi vários
Alguns chorando
Mas o rosto procurado
Não foi encontrado
Desisti e voltei ao meu lar


Desci o Monte da Morte
Eu procurava uma alma
Havia aos montes
De todas as cores e tipos
Mas a alma que faltava
Não encontrei
Desisti de procurar e voltei ao meu lar

Desci o monte da morte
Eu procurava um corpo
Fui em todos os lugares que poderia estar
Mas não o vi
Já cansada de tanta procura
Sentei em baixo de uma árvore
Olhei em uma direção
E vi algo ao longe no pé do morro
Uma lápide coberta de ouro
E nela estava escrito
“Tainara
Mãe, filha e amiga
Que será lembrada
E amada, pra toda a vida”
Eis que contradição
Minha alma buscava um corpo
E meu corpo apodrecia morto
Embaixo de terras, coberto de mofo.

Nara Ferreira
21 de Março de 2009

.

sexta-feira, 20 de março de 2009

Paixão Proibida


Cinco da Matina
E o pendular do sino toca
Uma
Duas
Três
Quatro
Cinco vezes consecutivas
Toques estridentes e irritantemente alegres
Que me fazem pensar nesta noite de trevas

Uma hora sentada, outra hora em pé
Pego-me a fitar a pessoa amiga,
Deitada em minha cama, de olhos fechados.
E minha respiração fraca, quase a falhar.
Entrega um segredo que a muito tentava guardar
Sem poder me defender ou evitar
E apenas me deixando levar
Me entrego de corpo e alma a essa paixão inebriante
Tentando sempre estar segura pra não cometer enganos
Sabendo que aquele momento seria o único
E aproveitando cada segundo com extremo carinho, amor e dedicação
Sem tentar escapar dessa intensa noite de paixão
Entrego a ele meu coração há muito já dilacerado
Mesmo sabendo que essa paixão proibida seria mais um fardo
A me perseguir para sempre desde o passado

Ele é alguém que eu não quero perder
E essa é apenas uma noite proibida de prazer
Somada pelas noites vazias que passei em frente à TV
Apenas rezando, esperando um milagre.
De um dia, somente um dia.
Uma chance como essa aparecer
Sem me arrepender ou me machucar
Apenas deixando rolar
O que tiver que ser será

Nara Ferreira
19 de Março de 2009

quarta-feira, 18 de março de 2009

O que mais?


O que mais eu posso pedir
Além de ter você comigo
Sempre cantando
Sempre sorrindo
Sempre menino

O que mais eu posso querer
Além de estar com você
Da manhã ao anoitecer
Curtindo momentos
Transpirando prazer

O que mais eu posso desejar
Além de um beijo
Um olhar
Aquele que sempre me deixava sem ar

O que mais eu posso dizer
Além de tudo que eu já disse pra você
Que eu nunca mais vou esquecer

O que mais eu posso sonhar
Sem você ao meu lado pra me ninar
Pra deitar ao meu lado até o sono chegar
E me abraçar forte pra me esquentar

O que mais eu posso escrever
Se até mesmo a caneta começou a sofrer sem rabiscar
E o papel se molhou de tanto pesar
Dessa carta vazia que ninguém verá
E eu nunca vou te entregar
Nara Ferreira
27 de Janeiro de 2009

Pequena Cissa


Pequena e frágil
Bela e graciosa
Assim era ela
Nasceu de um encantamento
De origem mágica
Não pode ser vista pela sociedade
Seus primeiros anos viveu sob a sombra de uma bela rosa
Ingênua e frágil, foi roubada do ninho ainda jovem.
Passou por rios, vales, cidades.
Sendo segurada por uma doce e bela ave
Mesmo estando com um ser desconhecido
Pequena Cissa se sentiu feliz e protegida
E assim foi durante tempos.
Se tornando livre como o vento
Conhecendo o mundo com o leve bater de asas
Porém, foi crescendo.
E foi abandonada pelo encanto
Caiu na terra e se tornou uma bela dama
Se sentiu perdida, sozinha, triste
Tentou dar os primeiros passos
Tropeçou, caiu e machucou-se.
Andou, gritou, chorou
Tentando encontrar
Encontrou o amor
Pequena Cissa
Chora, ama, grita, sorrir e vive
E agora é minha filha querida

Nara Ferreira
2 de Dezembro de 2008

Despedida


Morri aos 17 anos
Ainda jovem, ainda bela, ainda amando.
Lutando com várias vozes que me agoniavam
Mantendo o consciente funcionando
Vivendo com a vontade de amar
Morrendo de tristeza pela falta de amor
Agonizando durante dias, sentindo raiva, ódio, mágoa.
Guardando o que deveria ser livre
Evitando entrar em conflitos
Desejando aquilo que não podia
Amando a todos, sendo insuficiente.
Deixando ser levada pelo vento
Encantada pelas flores
Confiando em ladrões e assassinos
Buscando dentro de si a verdadeira
Pulando no rio pra “afogar” as mágoas
Andando com os pés descalços
Lágrimas nos rosto
Nua, nessa rua, mal iluminada.
Sangrando constantemente
E apodrecendo por dentro
Morte sem causa, sem motivo, sem razão.
Apenas pra acalmar a dor no peito e coração

Nara Ferreira
02 de Dezembro de 2008

O silêncio dos que merecem


CALEM-SE
Pessoas insanas e hipócritas
Que pensam apenas em si mesmo
E que se enganam ao tirar conclusões sobre sentimentos

CALEM-SE
Os que tem fé e força de vontade
Mas que ao raiar de um novo dia
São apenas homens cruéis e sem coragem

CALEM-SE
Aqueles que mentem, que enganam, que iludem
Que esperam o anoitecer pra saírem de suas casas
Que buscam se vestir bem pra esconder sua face
Pra ludibriar os inocentes e os pobres

CALEM-SE
Aqueles que gritam pra serem ouvidos
Mas que cospem palavras de repugnância e sem sabor
Que se autoproclamam todo poderoso
Mas que no fundo são meros rapazes se divertindo com sua dor

CALEM-SE
Aqueles que acham que o amor é apenas fruto da consciência
Que a felicidade é apenas uma esperança infundada
Que o amanhecer vem muito tarde
Que o dia é muito longo

Nara Ferreira
12 de Outubro de 2008

Perigo


Nessa cidade vazia
As cortinas fecham ao amanhecer
Não há flores
Não há frutos
Nem sorrisos
Nem sabores

No fim desse lugar
Dessa estrada longínqua
O perigo, a dor e o castigo.
Soam como sinos
Com pendular berrante e agonizante
Com berros de fúria e sofrimento

Ao longe ouvidos surdos
De portas trancadas, cabeça baixa e rezas frenéticas.
Uma ultima despedida
Um ultimo grito
Por temer perder a vida

Nara Ferreira
09 de Outubro de 2008

Fim




FIM

No fim
Sempre
Apenas o fim
Do mundo talvez
Mas é o fim
De uma vida
De duas
De uma relação ou de uma amizade
Mas é o fim
Eu sei que sim
Por isso a dor
Pois toda felicidade que nasceu em mim
E que por um breve segundo eu desisti
Também teve um fim
Mas o que não quero é ver o fim
Do mundo e das pessoas que vivem perto de mim
Mas no fim
Sempre existe um fim
Em tudo
Para todos
Por todos
Pra nós
Pra vocês
Pra mim
E o que realmente importa no fim
É o quanto você pôde sorrir
E quantas pessoas você tem perto de si
Quem você amou
Por quem você foi amado
Mesmo que por um segundo você pôde se sentir acalentado
Mas não existe nada
No fim
Você apenas tem que desistir
Do fim
De mim
De ti
O que não deve é abandonar o amor que existe
Por mais que o mundo esteja contra
Ou que os sentimentos não sejam correspondidos
Mas você pode ter a certeza dentro de si
O que acaba não é o que sinto
Mas o coração faz assim
Apenas pra me iludir
Dos fatos as quais eu ainda não esqueci
Mas enfim nada disso importa aqui
No fim ao menos podemos tentar seguir
Um caminho a qual escolhemos por fim
Porque na verdade o fim é apenas o fim.

FIM!!!!!!!!!!!!

Nara Ferreira
26 de Setembro de 2008

...


Tudo começou derrepente
Aquele ser desconhecido me fez sentir presente
Separados por uma tela de computador
Conversas na web, altas horas da manhã, canções de amor.
Ele me chamava: zumbia ou ninja renegada!
Eu respondia, a gente continuava, que saudades!
E tudo foi permanecendo assim por um tempo
Ele me mostrava uma verdade
E eu a cada dia mais me apaixonava
E certo dia de nascimento
Eu fiz um pedido a estrela cadente
Q foi realizado prontamente
Meu presente divino
Meu amor querido
Veio até mim, como um antigo conhecido.
Adentrou em meus aposentos
No meu mundo particular
E continuou presente por todo um tempo
Meu amante noturno, que me ensinou a sonhar.
Em todo momento, em cada segundo,
Na casa, na praça, no escuro.
Sentindo o espírito bom vindo das estrelas
Um abraço depois de uma longa caminhada
Um beijo leve e suave na chuva com gosto de rato,

Ao amanhecer, acordávamos juntos,
Loucuras feitas em uma pequena cama,
Desejos realizados, paixão arrebatadora e insaciável.
O cara perfeito, um tanto confuso,
Nos deixamos levar pela tentação
Buscando um no outro um conforto pra aflição
Ele buscava uma amante, uma noite de diversão.
E eu buscava um amor que me reconfortasse, que não machucasse.
Longas noites, infinitas promessas.
Vivemos momentos felizes e fora da razão
Mas nem tudo termina bem
O que era sonho se tornou uma cruel realidade
O romance proibido acabou se tornando uma fatalidade
O amor foi corroendo a carne, fazendo sangrar.
O coração partido, e mais um mundo sem cor.
E o que era a felicidade na minha vida
Acabou
Sem por que
Sem razão.
Sem explicação

Passando longos dias de escuridão
Onde a razão havia se perdido
E sendo tomada pela rejeição
Sem aceitar um fim
Sem acreditar no real
E se apegando as antigas promessas e sonhos
O sonho acaba
As promessas esquecidas
E o amor permanece
Por longos e longos dias
Sempre nos tornando frágeis
Fazendo cometer loucuras
E um dia o coração cansado da rejeição
Acaba olhando em outra direção
Querendo achar um rumo, ouvir uma nova canção.
E pensa estar curado das profundas feridas antigas
E se engana ao reencontrar o amado
Chora
Relembra de tudo
E volta a ser o objeto de atração
Mergulhando de cabeça na escuridão
Nessa paixão não correspondida
Amor é amor, e sempre será lembrado.
Dias, anos e séculos passam.
Mas a cicatriz de um coração amante jamais será curada.
Continua...
sempre

Nara Ferreira 27 de Setembro de 2008

"Remédio pra dor de barriga"


Eu não quero esquecer você
Eu presciso de seu abraço pra viver
Você me faz rir
Me faz mostrar línguas
Sentir vontade de brincar
De fazer versos e rimas
Você é o meu cajado
Meu anjo que me auxilia
Você é a dor que não passa
E também o remédio que alivia

Um ser nem sempre presente
Mas que quando aparece me deixa contente
Que me faz sorrir e chorar
Que pode machucar e curar
Você é pão que mata minha fome
É água que apura minha sede

É o som da minha consciência
O dançar da minha eloqüência
Você é chuva que molha e não passa
Você é sol que clareia e não queima
Você é um amanhecer vivo e alegre
Você é um anoitecer frio e amante
Um novo raio de esperança
Uma força de vida constante
Você é o verdadeiro poder
Da minha vontade de viver

Você me joga no poço, rio abaixo.
E me dá uma mão quando caio
Você me acode dos pesadelos
Você me faz dormir sem beijos

Você é um chato nem tão chato assim
Um bom amigo que às vezes se torna ruim
Um cheiro estranho com gosto de marfim
Você é uma contradição sem fim
Mas o que importa é saber
Que se importa e cuida de mim
Mesmo sabendo que esse amor por você
Me torna uma pessoa chata e ruim
Porem volta pra minha vida sempre,
Pronto,
Fim!


Nara Ferreira
27 de Setembro de 2008

Lavam como chuva na calçada


Hoje em uma noite sem luar
Lágrimas desceram pelo meu rosto
Lágrimas já secas devido à chuva
Lágrimas vazias devido ao tempo
Que correm como se fossem venenos
Caem pela face como se fosse um vento
Delicada e suave
Machuca tudo por dentro
Destrói o individuo
Torna o presente um tanto ausente
Alivia o corpo e a alma
E lava as feridas que à muito foram cravadas
E nesse meio em que me torno vazia
Penso naquele rosto, sorridente
E essa lágrima muda seu gosto
Tornando-se doce
Me deixando contente
São lágrimas de chuva que não caem por muito tempo
Que vem pra refrescar o corpo e também pra esvaziar a mente
Um sonífero, um calmante.
Pra acalmar um coração pulsante
De uma jovem que luta pra recuperar um antigo amante.

Nara Ferreira 27 de Setembro de 2008

De volta, novamente.


O vento veio e trouxe seu nome de novo
Ele sussurrou em meus ouvidos como se fosse lamina
Eu tentei não ouvir
Tapei os ouvidos
E aquele sussurro persistiu
Não era o vento
Era o meu coração
O meu interior
Fazendo-me pensar de novo em você
E por mais que eu tentasse esconder
Por mais profundo que eu cavasse
Ele vinha e me perseguia
Onde quer que eu estivesse ele me encontrava
E agora ele persiste em mim.
Com uma gota de lágrima no rosto
E com um retrato em mãos
Eu revivo os momentos em que fui feliz,
E aquela sensação volta a ser sentida
A esperança,
A vontade de lutar.
Eu vivo num mundo de gelo,
Por causa dos nossos antigos encontros
Eu derramo lágrimas de sangue,
Pelos sonhos não concluídos
E esse meu coração negro
Só busca aquilo que você foi pra mim
E essa busca é infinita e triste
E esse sonho é louco e apaixonado
De um dia estar com você de volta.
Novamente.

Nara Ferreira
17 de Julho de 2008

Lágrimas na janela


Sai de casa e deixei que os pés me levassem pra qualquer lugar
Sem prestar muita atenção por onde passava ou onde estava
Entrei naquela “máquina” que reduz o tempo
E me isolei no meu canto
Deixei tomar em mim aquela sensação de sempre
Como se estivesse em transe
Para os outros era tudo normal
Mas por ali estava passando uma vida

È a maquina do tempo, do pensamento.
Onde sou capaz de desenhar a vida.
Com pinceladas rudez e firmes

Olho o reflexo no vidro da janela
E vejo a imagem de alguém que não sou eu.
E como se fossem as lágrimas que eu não conseguia chorar,
Caem pequenas gotas de chuva
Uma garoa
Apesar do coração doente, eu estava sorrindo.
Eu estava fingindo por mim,
Aquilo que eu não desejava ver
Nem sentir
Refugio-me no meu sonho
No meu desejo

E aquele passeio infinito
Pra um lugar desconhecido, persiste.
Por tempo indeterminado
Por horas inacabadas,
Por segundos inexistentes


Nara Ferreira
14 de Julho de 2008

Furtando corações


Sou uma ladra
Sou um ladrão
Entrei no quarto
E roubei sua caixinha de segredos
Vasculhei cada canto
E me surpreendia de encanto
Aquele lugar, aquelas coisas,
Aquele mundo particular
Vasculhei as gavetas e encontrei suas poesias
Eu as escondi, tornei-as minha.
Procurei por todos os lados
E não encontrei o que eu queria
E derrepente ouvi um barulho
Alguém pra me prender
Sou ladra da vida, do precioso.
Do invisível, e incompreensível.
E fui presa por essa alegria
Nesse lugar vazio
Sou uma refém
Estou acorrentada
Fui amordaçada, e ferida.
Por querer ter o que não tinha
Julgada, condenada e aflita.
Eis a minha sina
Por tentar ter aquilo que não tinha
A sua afeição por mim


Nara Ferreira
14 de Julho de 2008

Meu Medo


O sentimento dos fracos, dos amantes, dos apaixonados
Que ofusca o brilho do dia
Que torna agonizante à noite
Que faz com que cometemos erros, loucuras
Que nos afasta as pessoas, que nos retira as chances de um futuro

Há diversos medos:
Medo da morte,
Medo da vida,
Medo de sonhos,
Medo de corações partidos
Medo de conhecer e abraçar as pessoas,
Medo de se apaixonar e não poder enfrentar o medo de se separar...
Medo do fim, medo do começar e não saber como continuar

O medo nos transforma
Torna-nos dependente, frios, nos isola
Faz-nos perder momentos, pessoas, tempos

Temos medo de enfrentar o medo
Como derrota-lo?
Medo!





Nara Ferreira
01 de Junho de 2008


Sonhos de Menininha


Olha só a menininha linda
Ela quer alcançar o céu
Menina tola, menina sonhadora
Não sabe que a realidade é devastadora
E ela fica na ponta dos pés, mãozinhas levantadas
E ela se estica, arrisca
E continua tentando

Olha a menininha pequenina
Se fazendo passar por princesa
Sonhando com contos de fadas
Cavalos, príncipes, feiticeiras
Vivendo no faz de conta
Acreditando no impossível
E ela continua acreditando em sonhos

Menina, menininha
Sonhando, cantando, brincando
Não se importando
Com guerras e planos
Desavenças ou encontros

Ela sonha com seu mundo
Ela deseja que um dia
Sonhos se tornem realidade
E continua sonhando
Num mundo distante, imaginário
Repleto de felicidades
E vive seu mundo distante
Sonhando...
Sonhando...

Menininha sonha, mas não engane!

Nara Ferreira
01 de Junho de 2008

Desejo, Memória, Morte. 21/06/2008


De noite chegou o Desejo, ele me fez companhia.
Assim como não se quer nada, me fez sentir impotente.
E dormiu comigo por um tempo.
Abraçamos-nos, e no frio da madrugada no esquentamos.
E foi tão bom estar ali
Eu senti a felicidade, e eu pensei que era o inicio, porém era a felicidade.
Aquele Desejo tomou conta de mim, me fez tornar sua escrava.
Beijou-me envolvente e verdadeiramente.
Fez-me delirar, perder os sentidos.
Seduziu-me completamente, me tornando frágil.
E dormimos juntinhos, quase nos tornamos um só.
E ele se tornou meu príncipe, meu dono.
E foi-se ao amanhecer, como o breve pousar da borboleta, que depois voou...

E tudo que restaram foram as Memórias, daquele ser magnífico, Daquele que eu não poderia chamar de pessoa.
Memórias felizes, divinas.
Que me acompanharam durante todo o tempo, me fazendo sorrir, me lembrando mais do amor existente em mim.
Senti-me livre, especial, querida.
A Memória daquele momento me fez sentir quase que um novo ser.
Manhã sorrida, manhã cantada, manhã bem vivida aproveitada.
Com a doce Memória daquela noite de Desejo.

Ao entardecer, me refugiei no meu lugar em particular
Para ver as ondas, para ver o belo, sentir a brisa passar.
Eu vi embarcações vindo e indo, e aquela grandiosa paisagem das misturas de cores entre o azulado do céu e o raio dourado do sol.
Como uma despedida, o “barquinho” avança em meia aquela gigante imensidão.
E só o que resta é um vazio, uma solidão.
E as vozes vêm pra me atormentar.
Esquece as Memórias, e o Desejo me apresenta um novo amigo.
E ela está ali, somos velhas conhecidas, sentou ao meu lado, e seguramos a mão selando nosso reencontro.
Reconforta-me e ficamos a observar aquele belo entardecer, unidas infinitamente.
Ela me fez sentir o gosto amargo do sangue, e aquela conhecida sensação.
A melancolia, e ela está lá pra me servir de consolo.
Do medo, da perda, do esquecimento, do desaparecimento.
Nossa velha amizade enxuga as lágrimas que caem no meu rosto.
E eu observo aquilo tudo lá embaixo, me decidindo o próximo ato.
E eu olho atentamente pra profundeza daquela banheira gigante
Levanto-me e antes de retornar ao que me espera, com uma pequena lágrima permanente em meu rosto como se eu soubesse o que viria acontecer, dou Adeus a minha amiga.
Aquela q me acompanhou durante toda a jornada e eu não percebia. A Morte.

Nara Ferreira
21 de Junho de 2008

Dia de hoje



Dias nebulosos como esses me fazem acreditar que não existem mais motivos para viver
E que a felicidade é rara e muito difícil de ser alcançada
Eu estou cansada de andar por ruas da vida sem enxergar por onde estou pisando ou no que estou tocando
Eu estou parando, descansando, desistindo de chegar ao fim do caminho
Talvez por saber que não me levará a lugar algum
Eu apenas andarei, sem visão, me apoiando nas paredes.
E minha vida será em círculos
Eu darei voltas e voltas no quarteirão e me perderei no caminho
Eu posso até cair, ou mesmo me ferir, já que estarei seguindo sem rumos.
E o frio vai tomando conta de mim, sem nenhuma mão em que segurar ou nenhum outro corpo humano pra me esquentar.
E um dia o esquecimento me fará ser inexistente
E eu abaixarei a cabeça nesse lugar desconhecido
Lembrarei da felicidade passada e perdida
De pessoas importantes que a muito foram esquecidas
De momento vividos, de sonhos ainda por serem concluídos
Eu estou mergulhando no vazio dos meus pensamentos
E chegando a pensar na melhor forma de acabar com a agonia
Eu estou sozinha
Virando apenas um ponto no meio dessa neblina

Nara Ferreira
12 de Junho de 2008

Meu Desejo


Desejo,
Estar com você,
Sentir o seu cheiro,
Mostrar poesias e cartas que fiz por você.

Desejo,
Que ao acordar para um novo dia,
Você esteja ao meu lado, e eu possa lhe dar um pouco do meu amor matinal.
Que nós possamos viver juntos, sorrir juntos, chorar juntos,
Que eu possa estar ao seu lado em momentos de prescisão.

Desejo,
Poder ver a luz do luar, o raiar do sol, o paraíso.
Abraçar-te em noites frias,
Acalmar-te em dias atormentantes,
Distrair-te em dias entediantes.
Segurar sua mão,
Escutar as batidas do seu coração,
Partilhar idéias, teorias, sentimentos, desejos, fantasias,
Caminhar pela estrada da vida de mãos dadas, e que possamos enfrentar as barreiras que estiverem no caminho.

Desejo,
O amor para assim dar a felicidade
Que você
Entenda-me
Descubra-me,
Perceba-me.

Desejo no fundo do meu coração
Que você não se esqueça de mim, pois não esquecerei de você.
Que você seja sempre essa pessoa maravilhosa, apaixonada, um amante romântico e verdadeiro.
Que você encontre a felicidade e se não for comigo Deus quem sabe

Desejo,
Um simples desejo,
De conseguir,
Ter coragem,
Para que esse amor não se torne apenas amizade.


Nara Ferreira
03 de Junho de 2008

O menino


Menino chorando de cabeça baixa
Qual a tua aflição que não podes repartir?
Me dê sua mão quero te fazer sorrir
Me abrace forte para que eu possa acalmar seu coração

Menino, meu menino, chora sem parar
Se joga no chão e começa a gritar
Dor, solidão, um amor sem retribuição

Menino chora, menino grita, menino sofre, menino conta a sua história
Não olha nos olhos, se esconde, tem medo de se apaixonar
O amor machuca, o amor engana, o amor iludi
A paixão inebriante, empolgante, reconfortante, fez o menino se machucar

Menino apaixonado, solitário, abandonado
Menino do sorriso lindo, da pele macia, dos lábios ardentes
Menino que traz sempre com ele uma nova surpresa
Menino que torna o dia feliz, que enche o meu coração de alegria
O que fazer pelo meu menino chorão...


Nara Ferreira
01 de Junho de 2008

Eu




Eu procurei por diversos anos
Eu chorei infinitas lágrimas
Eu me machuquei, briguei, gritei
Eu me joguei no mar dos perdidos
E eu continuei existindo, mesmo após ter caído

O que eu sou?
Um nada
Alguém
Ninguém

Eu sou um ser incessante, andante
Que cruza o infinito ao todo e sempre
Para tornar-me um cavalheiro amante
Com a dama que sempre desejara

Eu vago pelo mundo como quem vaga pra a morte
Sem juízo, sem futuro, sem alento
E um dia eu espero encontrar meu descanso
Nos braços de uma pessoa viva e amiga
Para toda vida

Nara Ferreira
31 de Maio de 2008