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segunda-feira, 23 de março de 2009

Luto por uma vida vazia


Hoje através desta
Venho contar minha estória:
Vivendo uma vida solitária
Tomada pelas dores de águas passadas
Sempre me senti rejeitada
Devido aos erros e discriminações da sociedade

Cometi erros, alguns muito graves
Quebrei promessas e vasos
Machuquei quem não queria
E amei assassinos e falsos

Tornei-me uma mulher fraca
Submissa, inocente e marcada.
Desentendida da vida
E daquilo que não interessava
Amante dos poemas e das palavras
Sempre se automultilando
Com frases e versos
Que refletiam a alma
Já atormentada e fraca

Busquei em certos alguém
Uma esperança
Uma luz
Uma rosa branca
E como tudo que toquei
A morte chegou nessa esperança
E meu tumulo estava pronto
Pra essa vida morta e sem vingança

Hoje escrevendo aqui
Sinto ainda que resta um futuro
Uma luz que me possa viver enfim
E espero que todos possam
Entender
Amar
Ler
E saber
Que minha vida cruel e frágil
Está em mãos alentas
Esperando que com esse pequeno raio de sol
Possa se tornar uma nuvem branca
Após uma imensa tempestade negra

Nara Ferreira
22 de Março de 2009

Tempo


O tempo passa
Dilacerando meu corpo
Tornando velhas e amargas as palavras

Tento voltar o relógio da vida
Recuperar algumas horas e momentos perdidos
Corrigir erros, evitar algumas brigas.

Minha tentativa se torna falha
Quando me olho no espelho da vida
E vejo nele as marcas sobre a face
Que envelhecida e fraca
Mostram-se já perdidas
A beleza que antes continha

Meu desalento se torna amargo
Minha decepção contínua
Enquanto aquele espelho já empoeirado
Rasga as veias dessa velha e maldita vida

Nara Ferreira
22 de Março de 2009

Solidão das àguas


Enquanto olho esse precipício
Sinto tremer meu corpo de pavor
Enquanto esse lugar tão bonito
Torna-se uma vale de perigo e horror.

Ouço vozes distorcidas e desconexas
Vejo rostos dilacerados e sofridos
E por sobre meu ombro uma mão toca
Fazendo-me fragilizar e cair sobre a relva

E eis que sinto perder os sentidos
E estou a sentir, ouvir e ver coisas.
Impossíveis, porém confortadoras.
E essa solidão em que me vejo
Começa a tornar lunática a minha ida
E não conseguindo mais controlar esse insussego
Me jogo com tudo
Nessas águas claras
De agonia

Nara Ferreira
22 de Março de 2009

Mar


Nessa imensidão azul
Repleta de paz e calmaria
Me afogo nesse silêncio de cores
Nessa pequena ventania

Bela e serena alegria
E que me toca uma linda canção
Me nina nessa noite de agonia
E me faz lembrar de uma antiga paixão

Me purifico de sua realeza
Me torno uma parte desse mar
Que me atrai com sua beleza
E me assoma com essa vontade de amar


Nara Ferreira
22 de Março de 2009