Nascida em berço das águas e da mata
Ninada no batuque de ladainhas e rezas
Com o ressoar do tambor e do canto
Sou filha do norte, da natureza
Poetisa banhada nos rios da Amazônia.
Meus versos navegam em canoas de
esperança,
Remando por entre árvores que sussurram
histórias,
No Marabaixo, embalando as águas da
tradição,
Escrevendo poesias, ricas como os frutos
da floresta,
Florescendo em cada canto, em cada palma
desse solo fértil.
São palavras que brotam das raízes do
norte,
Encharcadas de chuva, de rios, de fé,
Cultura que se funde à
paisagem,
Entre a dança do marabaixo e as marés,
Deslizam poesias, cantam as águas entre sereias e tucunarés.
Riqueza que não se toca, mas se sente,
No ritmo do tambor, no murmúrio do
vento,
Literatura que deságua em alma e
coração,
Filha do Amapá, da natureza em expansão,
Sou poetisa, herdeira de um tesouro escondido neste torrão.
Nara Ferreira
28
de Agosto de 2024