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segunda-feira, 30 de março de 2009

Boneca inflável


Não sou uma pedra de gesso
Mas me sinto sua boneca
Servindo apenas para acalentar seus desejos
Tenho sentimentos, sinto falta de beijos.
Quero carinho, e noites de amor, desse jeito.

Não sou uma estátua viva de beleza
Sou uma mulher bela e amiga
Que prescisa de carinho e realeza
Com todo esplendor de uma princesa

Não sou uma escrava sexual
Que serve por alguns segundos,
Pra satisfazer seu instinto animal

Sou uma dama, uma humana
Não penso em ganância, não quero sua grana
Só busco em você um homem
Cavalheiro, gentil, meu amigo
Que possa me dar uma noite de ternura
Sem pensar em me levar pra cama

Ficando deitadinho no escurinho
Aproveitando os segundos, sentindo a respiração ofegante
Sem pensar em coisas fúteis, ou inúteis
Mas deixando o momento passar bem devagar
Sem se apressar ou inventar desculpas
Sentir a respiração mútua
E acariciar suavemente a pele desnuda
Sem pensar em transas absurdas

Ficar acordado até o amanhecer chegar
Sem se mexer ou levantar
Dando beijos gostosos
Me fitando com esse brilho no olhar
Sendo carinhoso
Sem nada me cobrar
E fazendo tudo aquilo
Que eu sempre te dei
E rezei, para que você pudesse me dar.

Nara Ferreira
30 de Março de 2009

Namoro ou Amizade?


Tão bela e pura como água
Tão frágil e gentil quanto à pena
Assim é nossa amizade
Que permanece unificada com o tempo

È simplesmente confortante e promissor
O futuro que esse elo nos enleva
Nos torna unidos em amor
Uma amizade que no fundo me revela
Sentimentos contidos, sorrisos escondidos
Palavras guardadas, segredos de amigos

Me refugio pra manter segura
O sentimento jamais revelado
E assim permaneço muda
Enquanto um desejo cresce
E me faz um ser apaixonado

Me condeno por sentir o proibido
Me nego a demonstrar um afago
Pois meu peito treme e remexe
E meu olhar me entrega tão fácil

E nesta folha tão branca e vazia
Neste poema sem rimas e métricas
Tento mostrar o que meu coração dizia
Enquanto você demonstrava sentimentos incertos

Nara Ferreira
25 de Março de 2009

Negações


Não quero receber flores.
Não presciso de injúrias e amores.
Não posso mais viver dessa amizade.
Não agüento mais essa saudade.

Não digo que já não posso andar para trás.
Não perturbo seu sono nunca mais.
Não engulo as palavras de repugnância.
Não pertenço à classe alguma, não sou criança.

Não mando minhas pernas falharem no caminho.
Não sinto meu corpo como antes sentia.
Não busco o silêncio em noites perturbadoras e frias.
Não vejo o sentimento de amargura e ironia.

Não esqueço que minha vida continua mesmo contra meu desejo.
Não paro de querer nem mesmo um dia, seu beijo.
Não olho pra trás e me arrependo dos erros.
Não permito mais continuar com esse medo.
Não quero mais escrever anseios e versos negros.

Nara Ferreira
29 de Março de 2009

Meu Lar


Não sinto mais faltar o ar
Pois finalmente cheguei ao meu lar
Meu coração não para, continua a pulsar.
Pois minha alegria me envolve aqui nesse lugar

Vejo árvores
Tenho companhias.
Vejo rostos
Sorrindo com alegria.
Não me sinto presa
Nem em agonia,
Pois aqui me sinto livre,
Em extrema nostalgia

Não choro lágrimas de tristeza,
Mas sinto cair sobre a face uma lágrima de alivio
Por finalmente estar livre, contemplar essa beleza,
Sem ouvir promessas de pessoas frias.

Lavo meu rosto com as águas
De um lago transparente e cristalino
E me limpo dessa sujeira imunda
Que é o fardo da minha cidade escura,
Em ventania.

Me sinto em liberdade
Encontro o meu eu,
A minha paz,
Nesse lugar longe de brigas,
E de pessoa fulgaz.

Quando me lembro de tudo
Meu coração fervendo em dor não para de chorar
E minha respiração começa a falhar.
Porém aqui é meu lar
E não há ferida em mim que ele não possa curar.

Nara Ferreira
29 de Março de 2009