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quarta-feira, 18 de março de 2009

O que mais?


O que mais eu posso pedir
Além de ter você comigo
Sempre cantando
Sempre sorrindo
Sempre menino

O que mais eu posso querer
Além de estar com você
Da manhã ao anoitecer
Curtindo momentos
Transpirando prazer

O que mais eu posso desejar
Além de um beijo
Um olhar
Aquele que sempre me deixava sem ar

O que mais eu posso dizer
Além de tudo que eu já disse pra você
Que eu nunca mais vou esquecer

O que mais eu posso sonhar
Sem você ao meu lado pra me ninar
Pra deitar ao meu lado até o sono chegar
E me abraçar forte pra me esquentar

O que mais eu posso escrever
Se até mesmo a caneta começou a sofrer sem rabiscar
E o papel se molhou de tanto pesar
Dessa carta vazia que ninguém verá
E eu nunca vou te entregar
Nara Ferreira
27 de Janeiro de 2009

Pequena Cissa


Pequena e frágil
Bela e graciosa
Assim era ela
Nasceu de um encantamento
De origem mágica
Não pode ser vista pela sociedade
Seus primeiros anos viveu sob a sombra de uma bela rosa
Ingênua e frágil, foi roubada do ninho ainda jovem.
Passou por rios, vales, cidades.
Sendo segurada por uma doce e bela ave
Mesmo estando com um ser desconhecido
Pequena Cissa se sentiu feliz e protegida
E assim foi durante tempos.
Se tornando livre como o vento
Conhecendo o mundo com o leve bater de asas
Porém, foi crescendo.
E foi abandonada pelo encanto
Caiu na terra e se tornou uma bela dama
Se sentiu perdida, sozinha, triste
Tentou dar os primeiros passos
Tropeçou, caiu e machucou-se.
Andou, gritou, chorou
Tentando encontrar
Encontrou o amor
Pequena Cissa
Chora, ama, grita, sorrir e vive
E agora é minha filha querida

Nara Ferreira
2 de Dezembro de 2008

Despedida


Morri aos 17 anos
Ainda jovem, ainda bela, ainda amando.
Lutando com várias vozes que me agoniavam
Mantendo o consciente funcionando
Vivendo com a vontade de amar
Morrendo de tristeza pela falta de amor
Agonizando durante dias, sentindo raiva, ódio, mágoa.
Guardando o que deveria ser livre
Evitando entrar em conflitos
Desejando aquilo que não podia
Amando a todos, sendo insuficiente.
Deixando ser levada pelo vento
Encantada pelas flores
Confiando em ladrões e assassinos
Buscando dentro de si a verdadeira
Pulando no rio pra “afogar” as mágoas
Andando com os pés descalços
Lágrimas nos rosto
Nua, nessa rua, mal iluminada.
Sangrando constantemente
E apodrecendo por dentro
Morte sem causa, sem motivo, sem razão.
Apenas pra acalmar a dor no peito e coração

Nara Ferreira
02 de Dezembro de 2008

O silêncio dos que merecem


CALEM-SE
Pessoas insanas e hipócritas
Que pensam apenas em si mesmo
E que se enganam ao tirar conclusões sobre sentimentos

CALEM-SE
Os que tem fé e força de vontade
Mas que ao raiar de um novo dia
São apenas homens cruéis e sem coragem

CALEM-SE
Aqueles que mentem, que enganam, que iludem
Que esperam o anoitecer pra saírem de suas casas
Que buscam se vestir bem pra esconder sua face
Pra ludibriar os inocentes e os pobres

CALEM-SE
Aqueles que gritam pra serem ouvidos
Mas que cospem palavras de repugnância e sem sabor
Que se autoproclamam todo poderoso
Mas que no fundo são meros rapazes se divertindo com sua dor

CALEM-SE
Aqueles que acham que o amor é apenas fruto da consciência
Que a felicidade é apenas uma esperança infundada
Que o amanhecer vem muito tarde
Que o dia é muito longo

Nara Ferreira
12 de Outubro de 2008

Perigo


Nessa cidade vazia
As cortinas fecham ao amanhecer
Não há flores
Não há frutos
Nem sorrisos
Nem sabores

No fim desse lugar
Dessa estrada longínqua
O perigo, a dor e o castigo.
Soam como sinos
Com pendular berrante e agonizante
Com berros de fúria e sofrimento

Ao longe ouvidos surdos
De portas trancadas, cabeça baixa e rezas frenéticas.
Uma ultima despedida
Um ultimo grito
Por temer perder a vida

Nara Ferreira
09 de Outubro de 2008

Fim




FIM

No fim
Sempre
Apenas o fim
Do mundo talvez
Mas é o fim
De uma vida
De duas
De uma relação ou de uma amizade
Mas é o fim
Eu sei que sim
Por isso a dor
Pois toda felicidade que nasceu em mim
E que por um breve segundo eu desisti
Também teve um fim
Mas o que não quero é ver o fim
Do mundo e das pessoas que vivem perto de mim
Mas no fim
Sempre existe um fim
Em tudo
Para todos
Por todos
Pra nós
Pra vocês
Pra mim
E o que realmente importa no fim
É o quanto você pôde sorrir
E quantas pessoas você tem perto de si
Quem você amou
Por quem você foi amado
Mesmo que por um segundo você pôde se sentir acalentado
Mas não existe nada
No fim
Você apenas tem que desistir
Do fim
De mim
De ti
O que não deve é abandonar o amor que existe
Por mais que o mundo esteja contra
Ou que os sentimentos não sejam correspondidos
Mas você pode ter a certeza dentro de si
O que acaba não é o que sinto
Mas o coração faz assim
Apenas pra me iludir
Dos fatos as quais eu ainda não esqueci
Mas enfim nada disso importa aqui
No fim ao menos podemos tentar seguir
Um caminho a qual escolhemos por fim
Porque na verdade o fim é apenas o fim.

FIM!!!!!!!!!!!!

Nara Ferreira
26 de Setembro de 2008

...


Tudo começou derrepente
Aquele ser desconhecido me fez sentir presente
Separados por uma tela de computador
Conversas na web, altas horas da manhã, canções de amor.
Ele me chamava: zumbia ou ninja renegada!
Eu respondia, a gente continuava, que saudades!
E tudo foi permanecendo assim por um tempo
Ele me mostrava uma verdade
E eu a cada dia mais me apaixonava
E certo dia de nascimento
Eu fiz um pedido a estrela cadente
Q foi realizado prontamente
Meu presente divino
Meu amor querido
Veio até mim, como um antigo conhecido.
Adentrou em meus aposentos
No meu mundo particular
E continuou presente por todo um tempo
Meu amante noturno, que me ensinou a sonhar.
Em todo momento, em cada segundo,
Na casa, na praça, no escuro.
Sentindo o espírito bom vindo das estrelas
Um abraço depois de uma longa caminhada
Um beijo leve e suave na chuva com gosto de rato,

Ao amanhecer, acordávamos juntos,
Loucuras feitas em uma pequena cama,
Desejos realizados, paixão arrebatadora e insaciável.
O cara perfeito, um tanto confuso,
Nos deixamos levar pela tentação
Buscando um no outro um conforto pra aflição
Ele buscava uma amante, uma noite de diversão.
E eu buscava um amor que me reconfortasse, que não machucasse.
Longas noites, infinitas promessas.
Vivemos momentos felizes e fora da razão
Mas nem tudo termina bem
O que era sonho se tornou uma cruel realidade
O romance proibido acabou se tornando uma fatalidade
O amor foi corroendo a carne, fazendo sangrar.
O coração partido, e mais um mundo sem cor.
E o que era a felicidade na minha vida
Acabou
Sem por que
Sem razão.
Sem explicação

Passando longos dias de escuridão
Onde a razão havia se perdido
E sendo tomada pela rejeição
Sem aceitar um fim
Sem acreditar no real
E se apegando as antigas promessas e sonhos
O sonho acaba
As promessas esquecidas
E o amor permanece
Por longos e longos dias
Sempre nos tornando frágeis
Fazendo cometer loucuras
E um dia o coração cansado da rejeição
Acaba olhando em outra direção
Querendo achar um rumo, ouvir uma nova canção.
E pensa estar curado das profundas feridas antigas
E se engana ao reencontrar o amado
Chora
Relembra de tudo
E volta a ser o objeto de atração
Mergulhando de cabeça na escuridão
Nessa paixão não correspondida
Amor é amor, e sempre será lembrado.
Dias, anos e séculos passam.
Mas a cicatriz de um coração amante jamais será curada.
Continua...
sempre

Nara Ferreira 27 de Setembro de 2008

"Remédio pra dor de barriga"


Eu não quero esquecer você
Eu presciso de seu abraço pra viver
Você me faz rir
Me faz mostrar línguas
Sentir vontade de brincar
De fazer versos e rimas
Você é o meu cajado
Meu anjo que me auxilia
Você é a dor que não passa
E também o remédio que alivia

Um ser nem sempre presente
Mas que quando aparece me deixa contente
Que me faz sorrir e chorar
Que pode machucar e curar
Você é pão que mata minha fome
É água que apura minha sede

É o som da minha consciência
O dançar da minha eloqüência
Você é chuva que molha e não passa
Você é sol que clareia e não queima
Você é um amanhecer vivo e alegre
Você é um anoitecer frio e amante
Um novo raio de esperança
Uma força de vida constante
Você é o verdadeiro poder
Da minha vontade de viver

Você me joga no poço, rio abaixo.
E me dá uma mão quando caio
Você me acode dos pesadelos
Você me faz dormir sem beijos

Você é um chato nem tão chato assim
Um bom amigo que às vezes se torna ruim
Um cheiro estranho com gosto de marfim
Você é uma contradição sem fim
Mas o que importa é saber
Que se importa e cuida de mim
Mesmo sabendo que esse amor por você
Me torna uma pessoa chata e ruim
Porem volta pra minha vida sempre,
Pronto,
Fim!


Nara Ferreira
27 de Setembro de 2008

Lavam como chuva na calçada


Hoje em uma noite sem luar
Lágrimas desceram pelo meu rosto
Lágrimas já secas devido à chuva
Lágrimas vazias devido ao tempo
Que correm como se fossem venenos
Caem pela face como se fosse um vento
Delicada e suave
Machuca tudo por dentro
Destrói o individuo
Torna o presente um tanto ausente
Alivia o corpo e a alma
E lava as feridas que à muito foram cravadas
E nesse meio em que me torno vazia
Penso naquele rosto, sorridente
E essa lágrima muda seu gosto
Tornando-se doce
Me deixando contente
São lágrimas de chuva que não caem por muito tempo
Que vem pra refrescar o corpo e também pra esvaziar a mente
Um sonífero, um calmante.
Pra acalmar um coração pulsante
De uma jovem que luta pra recuperar um antigo amante.

Nara Ferreira 27 de Setembro de 2008

De volta, novamente.


O vento veio e trouxe seu nome de novo
Ele sussurrou em meus ouvidos como se fosse lamina
Eu tentei não ouvir
Tapei os ouvidos
E aquele sussurro persistiu
Não era o vento
Era o meu coração
O meu interior
Fazendo-me pensar de novo em você
E por mais que eu tentasse esconder
Por mais profundo que eu cavasse
Ele vinha e me perseguia
Onde quer que eu estivesse ele me encontrava
E agora ele persiste em mim.
Com uma gota de lágrima no rosto
E com um retrato em mãos
Eu revivo os momentos em que fui feliz,
E aquela sensação volta a ser sentida
A esperança,
A vontade de lutar.
Eu vivo num mundo de gelo,
Por causa dos nossos antigos encontros
Eu derramo lágrimas de sangue,
Pelos sonhos não concluídos
E esse meu coração negro
Só busca aquilo que você foi pra mim
E essa busca é infinita e triste
E esse sonho é louco e apaixonado
De um dia estar com você de volta.
Novamente.

Nara Ferreira
17 de Julho de 2008

Lágrimas na janela


Sai de casa e deixei que os pés me levassem pra qualquer lugar
Sem prestar muita atenção por onde passava ou onde estava
Entrei naquela “máquina” que reduz o tempo
E me isolei no meu canto
Deixei tomar em mim aquela sensação de sempre
Como se estivesse em transe
Para os outros era tudo normal
Mas por ali estava passando uma vida

È a maquina do tempo, do pensamento.
Onde sou capaz de desenhar a vida.
Com pinceladas rudez e firmes

Olho o reflexo no vidro da janela
E vejo a imagem de alguém que não sou eu.
E como se fossem as lágrimas que eu não conseguia chorar,
Caem pequenas gotas de chuva
Uma garoa
Apesar do coração doente, eu estava sorrindo.
Eu estava fingindo por mim,
Aquilo que eu não desejava ver
Nem sentir
Refugio-me no meu sonho
No meu desejo

E aquele passeio infinito
Pra um lugar desconhecido, persiste.
Por tempo indeterminado
Por horas inacabadas,
Por segundos inexistentes


Nara Ferreira
14 de Julho de 2008

Furtando corações


Sou uma ladra
Sou um ladrão
Entrei no quarto
E roubei sua caixinha de segredos
Vasculhei cada canto
E me surpreendia de encanto
Aquele lugar, aquelas coisas,
Aquele mundo particular
Vasculhei as gavetas e encontrei suas poesias
Eu as escondi, tornei-as minha.
Procurei por todos os lados
E não encontrei o que eu queria
E derrepente ouvi um barulho
Alguém pra me prender
Sou ladra da vida, do precioso.
Do invisível, e incompreensível.
E fui presa por essa alegria
Nesse lugar vazio
Sou uma refém
Estou acorrentada
Fui amordaçada, e ferida.
Por querer ter o que não tinha
Julgada, condenada e aflita.
Eis a minha sina
Por tentar ter aquilo que não tinha
A sua afeição por mim


Nara Ferreira
14 de Julho de 2008

Meu Medo


O sentimento dos fracos, dos amantes, dos apaixonados
Que ofusca o brilho do dia
Que torna agonizante à noite
Que faz com que cometemos erros, loucuras
Que nos afasta as pessoas, que nos retira as chances de um futuro

Há diversos medos:
Medo da morte,
Medo da vida,
Medo de sonhos,
Medo de corações partidos
Medo de conhecer e abraçar as pessoas,
Medo de se apaixonar e não poder enfrentar o medo de se separar...
Medo do fim, medo do começar e não saber como continuar

O medo nos transforma
Torna-nos dependente, frios, nos isola
Faz-nos perder momentos, pessoas, tempos

Temos medo de enfrentar o medo
Como derrota-lo?
Medo!





Nara Ferreira
01 de Junho de 2008


Sonhos de Menininha


Olha só a menininha linda
Ela quer alcançar o céu
Menina tola, menina sonhadora
Não sabe que a realidade é devastadora
E ela fica na ponta dos pés, mãozinhas levantadas
E ela se estica, arrisca
E continua tentando

Olha a menininha pequenina
Se fazendo passar por princesa
Sonhando com contos de fadas
Cavalos, príncipes, feiticeiras
Vivendo no faz de conta
Acreditando no impossível
E ela continua acreditando em sonhos

Menina, menininha
Sonhando, cantando, brincando
Não se importando
Com guerras e planos
Desavenças ou encontros

Ela sonha com seu mundo
Ela deseja que um dia
Sonhos se tornem realidade
E continua sonhando
Num mundo distante, imaginário
Repleto de felicidades
E vive seu mundo distante
Sonhando...
Sonhando...

Menininha sonha, mas não engane!

Nara Ferreira
01 de Junho de 2008

Desejo, Memória, Morte. 21/06/2008


De noite chegou o Desejo, ele me fez companhia.
Assim como não se quer nada, me fez sentir impotente.
E dormiu comigo por um tempo.
Abraçamos-nos, e no frio da madrugada no esquentamos.
E foi tão bom estar ali
Eu senti a felicidade, e eu pensei que era o inicio, porém era a felicidade.
Aquele Desejo tomou conta de mim, me fez tornar sua escrava.
Beijou-me envolvente e verdadeiramente.
Fez-me delirar, perder os sentidos.
Seduziu-me completamente, me tornando frágil.
E dormimos juntinhos, quase nos tornamos um só.
E ele se tornou meu príncipe, meu dono.
E foi-se ao amanhecer, como o breve pousar da borboleta, que depois voou...

E tudo que restaram foram as Memórias, daquele ser magnífico, Daquele que eu não poderia chamar de pessoa.
Memórias felizes, divinas.
Que me acompanharam durante todo o tempo, me fazendo sorrir, me lembrando mais do amor existente em mim.
Senti-me livre, especial, querida.
A Memória daquele momento me fez sentir quase que um novo ser.
Manhã sorrida, manhã cantada, manhã bem vivida aproveitada.
Com a doce Memória daquela noite de Desejo.

Ao entardecer, me refugiei no meu lugar em particular
Para ver as ondas, para ver o belo, sentir a brisa passar.
Eu vi embarcações vindo e indo, e aquela grandiosa paisagem das misturas de cores entre o azulado do céu e o raio dourado do sol.
Como uma despedida, o “barquinho” avança em meia aquela gigante imensidão.
E só o que resta é um vazio, uma solidão.
E as vozes vêm pra me atormentar.
Esquece as Memórias, e o Desejo me apresenta um novo amigo.
E ela está ali, somos velhas conhecidas, sentou ao meu lado, e seguramos a mão selando nosso reencontro.
Reconforta-me e ficamos a observar aquele belo entardecer, unidas infinitamente.
Ela me fez sentir o gosto amargo do sangue, e aquela conhecida sensação.
A melancolia, e ela está lá pra me servir de consolo.
Do medo, da perda, do esquecimento, do desaparecimento.
Nossa velha amizade enxuga as lágrimas que caem no meu rosto.
E eu observo aquilo tudo lá embaixo, me decidindo o próximo ato.
E eu olho atentamente pra profundeza daquela banheira gigante
Levanto-me e antes de retornar ao que me espera, com uma pequena lágrima permanente em meu rosto como se eu soubesse o que viria acontecer, dou Adeus a minha amiga.
Aquela q me acompanhou durante toda a jornada e eu não percebia. A Morte.

Nara Ferreira
21 de Junho de 2008

Dia de hoje



Dias nebulosos como esses me fazem acreditar que não existem mais motivos para viver
E que a felicidade é rara e muito difícil de ser alcançada
Eu estou cansada de andar por ruas da vida sem enxergar por onde estou pisando ou no que estou tocando
Eu estou parando, descansando, desistindo de chegar ao fim do caminho
Talvez por saber que não me levará a lugar algum
Eu apenas andarei, sem visão, me apoiando nas paredes.
E minha vida será em círculos
Eu darei voltas e voltas no quarteirão e me perderei no caminho
Eu posso até cair, ou mesmo me ferir, já que estarei seguindo sem rumos.
E o frio vai tomando conta de mim, sem nenhuma mão em que segurar ou nenhum outro corpo humano pra me esquentar.
E um dia o esquecimento me fará ser inexistente
E eu abaixarei a cabeça nesse lugar desconhecido
Lembrarei da felicidade passada e perdida
De pessoas importantes que a muito foram esquecidas
De momento vividos, de sonhos ainda por serem concluídos
Eu estou mergulhando no vazio dos meus pensamentos
E chegando a pensar na melhor forma de acabar com a agonia
Eu estou sozinha
Virando apenas um ponto no meio dessa neblina

Nara Ferreira
12 de Junho de 2008

Meu Desejo


Desejo,
Estar com você,
Sentir o seu cheiro,
Mostrar poesias e cartas que fiz por você.

Desejo,
Que ao acordar para um novo dia,
Você esteja ao meu lado, e eu possa lhe dar um pouco do meu amor matinal.
Que nós possamos viver juntos, sorrir juntos, chorar juntos,
Que eu possa estar ao seu lado em momentos de prescisão.

Desejo,
Poder ver a luz do luar, o raiar do sol, o paraíso.
Abraçar-te em noites frias,
Acalmar-te em dias atormentantes,
Distrair-te em dias entediantes.
Segurar sua mão,
Escutar as batidas do seu coração,
Partilhar idéias, teorias, sentimentos, desejos, fantasias,
Caminhar pela estrada da vida de mãos dadas, e que possamos enfrentar as barreiras que estiverem no caminho.

Desejo,
O amor para assim dar a felicidade
Que você
Entenda-me
Descubra-me,
Perceba-me.

Desejo no fundo do meu coração
Que você não se esqueça de mim, pois não esquecerei de você.
Que você seja sempre essa pessoa maravilhosa, apaixonada, um amante romântico e verdadeiro.
Que você encontre a felicidade e se não for comigo Deus quem sabe

Desejo,
Um simples desejo,
De conseguir,
Ter coragem,
Para que esse amor não se torne apenas amizade.


Nara Ferreira
03 de Junho de 2008

O menino


Menino chorando de cabeça baixa
Qual a tua aflição que não podes repartir?
Me dê sua mão quero te fazer sorrir
Me abrace forte para que eu possa acalmar seu coração

Menino, meu menino, chora sem parar
Se joga no chão e começa a gritar
Dor, solidão, um amor sem retribuição

Menino chora, menino grita, menino sofre, menino conta a sua história
Não olha nos olhos, se esconde, tem medo de se apaixonar
O amor machuca, o amor engana, o amor iludi
A paixão inebriante, empolgante, reconfortante, fez o menino se machucar

Menino apaixonado, solitário, abandonado
Menino do sorriso lindo, da pele macia, dos lábios ardentes
Menino que traz sempre com ele uma nova surpresa
Menino que torna o dia feliz, que enche o meu coração de alegria
O que fazer pelo meu menino chorão...


Nara Ferreira
01 de Junho de 2008

Eu




Eu procurei por diversos anos
Eu chorei infinitas lágrimas
Eu me machuquei, briguei, gritei
Eu me joguei no mar dos perdidos
E eu continuei existindo, mesmo após ter caído

O que eu sou?
Um nada
Alguém
Ninguém

Eu sou um ser incessante, andante
Que cruza o infinito ao todo e sempre
Para tornar-me um cavalheiro amante
Com a dama que sempre desejara

Eu vago pelo mundo como quem vaga pra a morte
Sem juízo, sem futuro, sem alento
E um dia eu espero encontrar meu descanso
Nos braços de uma pessoa viva e amiga
Para toda vida

Nara Ferreira
31 de Maio de 2008