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sexta-feira, 13 de setembro de 2024

Epifanias de um domingo

 


Onde estão os risos

As conversas felizes com amigos

O sentir protegida e segura

Nos braços dos entes queridos?

A solidão falou comigo no domingo,

Trouxe de bagagem o desespero

E de lembrança apenas o meu desapego.

 

O grito de socorro silencioso

Queima como lâmina na garganta,

O mundo dos sonhos me abraça,

A fugir da dor e da realidade.

A necessidade de escrever a última carta

E virar apenas uma camisa de saudade.

 

Perdida nas horas vazias,

Envolta em sombras de tristeza,

Vejo os sonhos que um dia tive

Se desfazerem em poeira e ausência.

A cada linha escrita, um pedaço de mim

Se desprende e cai no abismo da melancolia.

 

Esperar pelo amanhã parece em vão,

Pois a escuridão se estende sem fim,

E a esperança, distante e frágil,

Dissolve-se no mar de lágrimas.

Restam-me apenas as palavras,

Ecoando em um silêncio eterno,

Enquanto me torno memória, um vestígio,

Na vastidão de um domingo solitário.

Nara Ferreira

02 de Junho de 2024