Onde
estão os risos
As
conversas felizes com amigos
O
sentir protegida e segura
Nos
braços dos entes queridos?
A
solidão falou comigo no domingo,
Trouxe
de bagagem o desespero
E
de lembrança apenas o meu desapego.
O
grito de socorro silencioso
Queima
como lâmina na garganta,
O
mundo dos sonhos me abraça,
A
fugir da dor e da realidade.
A
necessidade de escrever a última carta
E
virar apenas uma camisa de saudade.
Perdida
nas horas vazias,
Envolta
em sombras de tristeza,
Vejo
os sonhos que um dia tive
Se
desfazerem em poeira e ausência.
A
cada linha escrita, um pedaço de mim
Se
desprende e cai no abismo da melancolia.
Esperar
pelo amanhã parece em vão,
Pois
a escuridão se estende sem fim,
E
a esperança, distante e frágil,
Dissolve-se
no mar de lágrimas.
Restam-me
apenas as palavras,
Ecoando
em um silêncio eterno,
Enquanto
me torno memória, um vestígio,
Na
vastidão de um domingo solitário.
Nara
Ferreira
02
de Junho de 2024