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domingo, 12 de abril de 2009

Mal-amado


Um alguém sentado no sofá de casa
Fitando o nada, respiração falha.
Enquanto inspira saudade
De um tempo do passado.

Deita, descansa, não tira os sapatos.
Se cobre, não sofre, mas busca um conforto.
Cansado do mundo e dos seus enganos.

Enquanto o tempo passa, os segundos.
Permanece deitado, quase moribundo.
Com lágrimas nos olhos
Escondidas por baixo dos óculos escuros.

Aliviando a dor, de um poeta sem cor.
Que escrevia sonho, ternura e amor.
E acabou se cansando, por não sentir o calor,
De um amigo, um amante, um companheiro.
Para esquentar o seu gelo nas noites frias.
E abraçar com carinho e ternura em dias felizes.
Sem esconder as marcas de desespero e de dor.
De um fracasso de poeta e ator.

Nara Ferreira
11 de Abril de 2009